Leitura Criativa

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"A leitura é uma fonte inesgotável de prazer mas por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede."
Carlos Drummond de Andrade







segunda-feira, 31 de maio de 2010

Saber ler em todas as áreas, Cinthia Rodrigues

Como várias disciplinas do currículo podem contribuir para a formação de bons leitores

TEXTOS DIVERSOS A escola deve promover o ensino da leitura de diferentes gêneros em todas as disciplinas.


Quase todo gestor já ouviu um membro da equipe comentar que os alunos não conseguem fazer algum exercício por não entender o enunciado. Nessas horas, em vez de torcer o pescoço em direção ao professor de Língua Portuguesa, pode-se aproveitar a chance de estimular os educadores das diferentes áreas a refletir sobre seu papel na formação de leitores. Se está claro que cada disciplina ganha quando a leitura é aperfeiçoada, também precisa ficar evidente que todos podem contribuir para que os estudantes entendam o que leem. A edição especial de NOVA ESCOLA Ler em Todas as Disciplinas traz 20 exemplos de professores de todas as áreas da Educação Básica que trabalharam com os alunos estratégias para melhorar a compreensão de textos, informações e imagens. Algumas dicas valem para todos os docentes, como ensinar a fazer anotações que desenvolvam o conceito, grifar os trechos essenciais e resumir com um objetivo bem definido. Outras são mais específicas e pertinentes a algumas disciplinas, como os exemplos dados a seguir.

Arte

Filmes, músicas e imagens precisam ser lidos por etapas. Os estudantes devem passar pela descrição da obra, depois pela análise do estilo e pelo conhecimento do autor para só então chegar à mensagem que o artista pretende transmitir, ou seja, à interpretação.

Ciências

Para a comunidade científica, uma bula de remédio organizada por tópicos é um dos textos mais fáceis de entender, mas a maioria das pessoas não acha tão simples. Cabe ao professor de Ciências ajudar os estudantes a explorar a precisão dos relatórios com conclusões de pesquisa, os textos instrucionais para fazer experiências e reportagens que abordem questões de saúde, alimentação, meio ambiente e tecnologia.

Educação Física

Os movimentos - a base de esportes, jogos, lutas e danças - expressam muitos significados da cultura em que estão inseridos. Para ensinar os alunos a lê-los e interpretá-los, o professor de Educação Física pode usar infográficos, vídeos e narrativas de atividades.

Geografia

Além dos textos didáticos, é preciso, nessa disciplina, ler o espaço - composto de paisagens naturais e culturais em transformação. Há também croquis, mapas, fotos e imagens de satélites que servem de apoio desde que sejam compreendidos. O aluno precisa entender também títulos, legendas e escalas.

História

Procurar a contextualização de época em um texto, imagem ou mapa exige uma habilidade específica de leitura. Em História, os alunos devem aprender a colocar fatos em ordem cronológica, comparar fotos e mapas antigos com representações atuais do mesmo espaço e buscar em textos literários e jornalísticos elementos que colaborem com a compreensão do passado - como a descrição de roupas, de costumes e do contexto social e político. O professor pode colaborar ainda com a aplicabilidade dos tempos verbais e o incentivo à construção de relatos pelos alunos.

Língua Estrangeira

O uso de diferentes gêneros desde o início do aprendizado de um idioma tem mais sucesso do que o caminho tradicional de tradução e memorização de palavras. Mesmo sem entender cada vocábulo, é possível desenvolver a habilidade de entender o contexto geral e, aos poucos, propor objetivos específicos. Para tanto, o professor dispõe de esquemas elaborados com perguntas ou com uma linha do tempo.

Língua Portuguesa

O professor de Língua Portuguesa pode assumir a função de auxiliar os colegas, porém é sua função colocar as turmas em contato com gêneros menos abordados nas demais áreas, como poemas, crônicas e contos, e trabalhar para aumentar o vocabulário dos estudantes com a exploração de textos mais difíceis.

Matemática

Os textos dos problemas matemáticos exigem a proficiência em leitura. Os alunos precisam entender a que se refere cada número para analisar como chegar à resposta. O professor da disciplina deve ajudá-los a fazer as perguntas certas e conseguir relacionar os dados. Uma alternativa é pedir aos alunos que, antes de fazer os cálculos, falem com as próprias palavras sobre os caminhos para encontrar a solução.

LER PARA ESCREVER, Rodrigo Ratier


Bons leitores são bons escritores? Nem sempre. Para enfrentar o desafio da escrita, é preciso investigar as soluções de autores reconhecidos
Rodrigo Ratier
mailto:rodrigo.ratier@abril.com.br

Ilustração: Weberson Santiago

Todo mundo já ouviu (e provavelmente também já repetiu) a noção de que, para escrever bem, é preciso ler bem. À primeira vista, parece um princípio básico e indiscutível do ensino da Língua Portuguesa. Tanto que a opção de nove entre dez professores tem sido propor aos alunos a tarefa. Ler muito, ler de tudo, na esperança de que os textos automaticamente melhorem de qualidade. E, muitas vezes, a garotada de fato devora página atrás de página, mas - pense um pouco no exemplo de sua classe - a tal evolução simplesmente não aparece. Por que será?
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Antes de mais nada, ninguém aqui vai defender que não se deva dar livros às crianças. A leitura diária é, sim, uma necessidade para o letramento. Mas ler para escrever bem exige outra pergunta: de qual leitura estamos falando? Para fazer avançar a escrita, a prática não pode ser um ato descompromissado, sem foco. Pelo contrário: exige intenção e um encadeamento bem definido de atividades, que tenham como principal objetivo mostrar como redigir textos específicos. "A leitura para escrever é um momento especial, que coloca os estudantes numa posição de leitor diferente da que usualmente ocupam. Afinal, a tarefa deles será encontrar aspectos do texto que auxiliem a resolver seus próprios problemas de escrita", afirma Débora Rana, psicóloga e formadora de professores do Instituto Avisa Lá, em São Paulo. É um trabalho que destaca a forma - estamos falando de intenção comunicativa e estilo, portanto -, tema relacionado a inquietações que tiram o sono de muitos docentes: por que as composições dos alunos têm tão poucas linhas? Por que eles não conseguem transmitir emoção ou humor? Por que as descrições de lugares e personagens não trazem detalhes? Trechos de contos trazem ótimas sugestões para os textos A ideia do trabalho é analisar os efeitos e o impacto que cada obra causa em quem as lê. Sensações, claro, são subjetivas, variando de pessoa para pessoa. Mas, quando lê diversos textos bons, com expressões e características recorrentes, a turma consegue, pouco a pouco, entender que é a linguagem que gera os tais efeitos que tanto nos comovem ou divertem. Nesse sentido, o conto, um dos tipos de texto mais usuais nas classes de 3º a 5º ano, oferece excelentes recursos para enriquecer produções de gêneros literários. Cabe ao professor, no papel de leitor mais experiente, compartilhar com a turma as principais preciosidades, iluminando onde está o "ouro" de cada obra. Abaixo, listamos alguns dos principais pontos a ser observados e trabalhados nos textos da garotada. Também elencamos exemplos de como os contos podem ajudar a melhorá-los. Linguagem e expressões características de cada gênero. Cada tipo de texto tem uma forma específica de dizer determinadas coisas. "Era uma vez", por exemplo, é certamente a forma mais tradicional de dar início a um conto de fadas (note que ela não seria adequada para uma composição informativa ou instrucional). Além de colaborar para que a turma identifique essas construções, a leitura de contos clássicos pode municiá-la de alternativas para fugir do lugar-comum. O Príncipe-Rã ou Henrique de Ferro, na versão dos Irmãos Grimm, começa assim: "Num tempo que já se foi, quando ainda aconteciam encantamentos, viveu um rei que tinha uma porção de filhas, todas lindas". Descrição psicológica. Trazendo elementos importantes para a compreensão da trama, a explicitação de intenções e estados mentais ajuda a construir as imagens de cada um dos personagens, aproximando-os ou afastando-os do leitor. Em O Soldadinho de Chumbo, Hans Christian Andersen desvela em poucas linhas os traços da personalidade tímida, amorosa e respeitosa do protagonista: "O soldadinho olhou para a bailarina, ainda mais apaixonado: ela olhou para ele, mas não trocaram palavra alguma. Ele desejava conversar, mas não ousava. Sentia-se feliz apenas por estar novamente perto dela e poder contemplá-la". Descrição de cenários. O detalhamento do ambiente em que se passa a ação é importante não apenas para trazer o leitor "para dentro" do texto mas também para, dependendo da intenção do autor, transmitir uma atmosfera de mistério, medo, alegria, encantamento etc. Em O Patinho Feio, Andersen retrata a tranquilidade do ninho das aves: "Um cantinho bem protegido no meio da folhagem, perto do rio que contornava o velho castelo. Mais adiante estendiam-se o bosque e um lindo jardim florido. Naquele lugar sossegado, a pata agora aquecia pacientemente seus ovos". Ritmo. É possível controlar a velocidade da história usando expressões que indiquem a intensidade da passagem do tempo ("vagarosamente", "após longa espera", "de repente", "num estalo" etc.). Outros recursos mais sofisticados são recorrer a flashbacks ou divagações dos personagens (para retardar a história) ou enfileirar uma ação atrás da outra (para acelerar). Charles Perrault combina construções temporais e encadeamento de fatos para gerar um clima agitado e tenso neste trecho de Chapeuzinho Vermelho: "O lobo lançou-se sobre a boa mulher e a devorou num segundo, pois fazia mais de três dias que não comia. Em seguida, fechou a porta e se deitou na cama". Caracterização dos personagens. Mais do que apelar para a descrição do tipo lista ("era feio, medroso e mal-humorado"), feita geralmente por um narrador que não participa da ação, que tal incentivar a garotada a explorar diálogos para mostrar os principais traços dos personagens? Nesse aspecto, a pontuação e o uso preciso de verbos declarativos e de marcas da oralidade (leia a reportagem O papel das letras na interação social) exercem papel fundamental. Neste trecho de Rumpelstichen, os Irmãos Grimm dão voz à protagonista para que ela se lamente: "- Ah! - respondeu a moça entre soluços. - O rei me mandou fiar toda esta palha de ouro. Não sei como fazer isso!" Para terminar, um último e imprescindível lembrete: você pode ter colocado a turma para ler e ter direcionado adequadamente a atividade para melhorar a qualidade dos textos, mas o trabalho não para por aí. Nada disso adianta se o estudante não tiver a oportunidade - mais até, a obrigação - de pôr o conhecimento em prática. Ainda que a leitura seja essencial para impulsionar a escrita, não se desenvolve o comportamento de escritor sem enfrentar, na pele, os complexos desafios do escrever.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Concepção de Leitura.

A leitura é muito importante na nossa vida, a necessidade de se cultivar o hábito de leitura entre crianças e jovens, bem como o papel da escola na formação de leitores competentes, são questões freqüentemente discutidas, a base dessa discussão, destacam-se questões como: O que é ler? Para que ler? Como ler?.
Cabendo ao educador buscar respostas para um bom desenvolvimento da leitura, para o educado. Essas buscas dependerão dos seguintes pontos de vista: Tornar a leitura atrativa e interessante transformá-la em um objeto/estrutura de desejo, sujeito do sentimento de busca do saber sem problematizações como o bloqueio (timidez, discriminação social e psicológica) e principalmente valorizar a individualidade do pensante, potencializando seus saberes já adquiridos para o melhor desenvolvimento da busca do saber desconhecido. Pois a língua é a representação do pensamento, neste sentido a leitura é entendida como a atividade de captação das idéias do autor, ao levar em conta as experiências e os conhecimentos do leitor, pois seu book-glound é muito importante.

Nesta concepção, o texto é visto como simples produto de codificação e decodificação de um emissor a ser decodificado pelo leitor/ouvinte, mostrando, portanto, o conhecimento do código utilizado.
Os sujeitos são vistos como atores/construtores sociais, sujeitos ativos que – dialogicamente- se constroem e são construídos no texto, desta forma leitura é uma atividade na qual se leva em conta as vivências já adquiridas e os conhecimentos do leitor; e exige do leitor bem mais que o conhecimento do código lingüístico, uma vez que o texto não é simples produto da codificação de um emissor a ser decodificado por um receptor passivo.
O processo de leitura é vasto, mostrando assim que a leitura não pode ser superficial deve-se ver o alem do que as letras, figuras, gestos, cores entre outros meios transmitem, podendo haver o enriquecendo no leitor (ensino aprendizagem).


A leitura é uma atividade de produção de sentido. Mostrando assim a importância da interação social, pois devido à leitura possuir vários meios de aquisição do conhecimento, é importante salientar como essa leitura deve ser feita (orientações sobre concepção de leitura); o educador necessita ter a habilidade de interação entre os instrumentos texto e leitor, lembrando que essa relação tem um valor muito forte para adquirir do saber. Destacando ainda a individualidade da aquisição cujo leitor, pode ler o texto com facilidade e velocidade porem sem adquirir sentido aos signos, ler, mas precisar de ajuda para compreender os signos parciais que ainda não possuem sentido (entendimento parcial) ou ainda o leitor que não adquiriram sentido aos signos e precisam buscar uma nova forma para compreender o texto. Levando em conta o conhecimento já adquirido pelo leitor podem-se achar meios para decodificação dos signos ainda desconhecidos/sem entendimento, pois leitura é troca, partilha e desfio para a aquisição do conhecimento.